sábado, 5 de setembro de 2009

Ditadura X Liberdade

Relendo um livro sobre escrita criativa, chego a algumas conclusões primárias: Quando criança gostava de escrever, escrevia exaustivamente, muitas vezes cartinhas para mamãe, redações escolares, projetos de vida que traziam detalhes minuciosos, histórias ou estórias (embora tenha aprendido na escola que histórias fictícias denominavam-se estórias, já não sei o quão correto é este termo), enfim... Escrevia pelo bel prazer que a escrita me dava. Hoje não posso dizer o mesmo. Sento-me diante o computador, e a tela branca muitas vezes permanece mesmo branca. As idéias certas vezes fluem, entretanto a redação me parece improvável. O meu lado esquerdo do cérebro de fato tornou-se um exímio ditador, a preocupação com as regras, os detalhes, a coerência, o sentido daquilo que jorra em minha mente desgovernada não parece passível de ser escrito. O lado direito da cabeça pensante está definitivamente aprisionado. A ditadura da perfeição abateu-se sobre a minha auto-estima de escritora. Camisas de força permanecem atadas. A grande dúvida certamente é: Será possível tal qual uma criança ávida por escrever desvencilhar-me das amarras por mim mesma colocadas? Reside aqui o objetivo deste blog. Farei deste espaço a minha oficina de escrita criativa. Sendo assim, ainda que me pareça improvável conseguir, não medirei palavras, abolirei em definitivo quaisquer preocupações gramaticais. Reina aqui o lado direito de meu cérebro capenga. Espero não decepcionar – a mim mesma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário